FECHAMENTO DE MATERNIDADE EM FORTALEZA
A SOCEGO, Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, ciente de sua importância na defesa e promoção da saúde materno-fetal no estado do Ceará, vem por meio desta, externar extrema preocupação com a notícia vinculada na mídia e confirmada por gestores municipais da saúde que o Hospital Gonzaga Mota de Messejana (HDGMM) será fechado em Julho e demolido para dar espaço à construção de uma nova unidade hospitalar.
Ressalta-se que em nenhum momento foi apresentado à comunidade e a seus servidores, explicações técnicas razoáveis dos motivos de não reformá-lo de forma setorial, ao invés de pôr toda estrutura física existente abaixo, quando existem algumas áreas recém-inauguradas como a Casa da Gestante, o Centro de Parto Normal, o Centro de Estudos e novas enfermarias, sendo que algumas destas ainda não estão sequer funcionando por falta de pessoal.
Deixa-nos ainda mais perplexos a falta de clareza da gestão quanto redimensionamento da rede de assistência e ensino prestada pelo hospital, que atualmente conta com serviços diferenciados, como de mastologia, atendimento a mulheres convivendo com HIV, follow-up e estimulação de recém-nascidos prematuros, pré-natal de adolescentes e hoje é uma referência no atendimento de mulheres vítimas de violência sexual, além de contar com serviços de imagem, laboratório e pronto-atendimento 24h, realizando uma média de 300 partos ao mês, cirurgias ginecológicas, mamografias e pré-natal de alto risco.
A importância do Hospital vai além, pois mantém parceria com diversas instituições de ensino municipais, estaduais e federais, que realizam estágios técnicos, de graduação, pós-graduação, internato e residência médica.
Em meio a um aumento da mortalidade materna, não podemos deixar as gestantes de uma grande área, socialmente vulnerável, aumentarem sua peregrinação no momento da sua parturição. Para aonde elas irão, visto que as maternidades mais próximas serão o Hospital Gonzaga Mota José Walter a 12 km de distância e o Hospital Geral de Fortaleza a 17 Km, este último já superlotado? E seus funcionários, serão remanejados para o Hospital José Walter que será inaugurado coincidentemente no mesmo período sem a realização de concurso para pessoal, inadvertidamente?
É hora de toda sociedade cearense ser solidária ao binômio materno-fetal, levantar a voz e afirmar: reformar o hospital de forma setorial com planejamento sim, demolição intempestiva, não!
DIRETORIA SOCEGO